quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Medicamentos unidose

Em «Do Portugal Profundo», António Caldeira, entre uma série de afirmações correctíssimas, menciona o Dr. Medina Carreira como alguém que iria endireitar o país. Seria mais ou menos isso.
Ora, como comentei no próprio blogue, não poderia estar mais em desacordo. Não me parece que a menção ao Dr. Medina Carreira seja uma lembrança feliz. Porque o Dr. Medina Carreira é um inimigo dos direitos sociais que os portugueses conquistaram. Alguém que, no meio da vergonha que é a fuga ao fisco, a economia paralela, os milhões dos Bancos e dos gestores públicos, as escandalosas reformas vitalícias, está muito preocupado com o Rendimento Mínimo. Preocupa-se com os tostões que os pobres recebem, não se preocupa com os milhões que os ricos recebem ou que deixam de pagar.
Como alguém também comentou na sequência desse post, Medina Carreira provavelmente iria continuar a política de encerramento de maternidades, urgências e centros de saúde do actual Ministro. Um ser que devia ser responsabilizado directamente, como escrevi anteriormente, pela recente morte da criança da Anadia. Acaso os pais fossem outros - não se percebe aquela reacção - e se calhar o ministro não teria uma vida longa. Como também já referi, se o filho fosse meu, sei o que faria...
Depois de tudo isto, é incrível quando não há surpresa de qualquer espécie quando esse senhor se recusa a implentar a medida dos medicamentos unidose, que ele próprio decretou há mais de um ano.
Já se sabe que, no Ministério da Saúde, só se poupa na despesa à custa dos utentes, à custa dos contribuintes. Nunca se poderia pedir à Apifarma um sacrifício desses - reduzir os seus lucros para os doentes pagarem menos e para o Estado comparticipar menos? Isso nunca! Onde ficariam os lucros da Apifarma? Onde ficariam os lucros de todos os socratinos que não se cansam de «mamar» na teta estatal?
Fecha-se maternidades, Urgências e centros de saúde. Diminui-se a comparticipação nos medicamentos. Mas investir a sério nos genéricos? Não! Afrontar os interesses instalados? Não! Prejudicar a Apifarma? Não, isso nunca!



Publicado por Ricardo Santos Pinto

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