sábado, 28 de fevereiro de 2009

Como vão longe os tempos do Comunismo...










«Saudamos a expressão do objectivo socialista assente na apropriação colectiva dos principais meios de produção e no exercício democrático do poder das classes trabalhadoras.
Saudamos a ampla estatuição dos direitos e liberdades, designadamente das garantias pessoais e das liberdades políticas, o fim da distinção entre os filhos, a igualdade entre marido e mulher; os direitos económicos, sociais e culturais, nomeadamente das classes trabalhadoras: o direito ao trabalho, tal como o dever de trabalhar, a consagração do papel da educação na edificação da sociedade democrática e socialista e o objectivo de eliminar a sua função conservadora da divisão social do trabalho, a previsão de discriminações positivas a favor dos filhos dos trabalhadores no acesso à Universidade, a proeminência do ensino público sobre o ensino privado.
Saudamos a firme e ampla consagração do direito à greve, a proibição do lock-out, a liberdade sindical,
a participação dos trabalhadores na reestruturação do aparelho produtivo, o âmbito de poderes das comissões de trabalhadores, o controle operário.
Saudamos a defesa das nacionalizações e da Reforma Agrária, a extinção dos foros, da parceria e da colónia, o respeito pela posse da terra dos pequenos e médios agricultores, a admissão da não indemnização dos grandes capitalistas expropriados, a planificação democrática da economia.
Saudamos ainda o reconhecimento da participação do MFA na organização do poder político, o papel do Conselho da Revolução como garante do cumprimento da Constituição, a missão das forças armadas de, garantir as condições de passagem para uma sociedade democrática e socialista, a intervenção das organizações populares no exercício do poder local, a autonomia local e regional, a defesa da liberdade eleitoral e da acção política dos partidos, o controle da constitucionalidade dos actos do Estado.
Mas não podemos deixar de lamentar a definição pouco clara da base social, económica e política do Estado e das suas várias funções, a ausência de uma perspectiva lúcida e firme de combate à actividades dos reaccionários, fascistas e separatistas, o não se assegurar o devido grau de participação de jornalistas e outros trabalhadores nos órgãos de informação, nem a libertação da informação do controle monopolista e do grande capital.
Lamentamos a não consagração da via escolar única, o desaparecimento dos critérios de indemnização, das nacionalizações, a ausência do objectivo de firme combate ao grande capital, a limitação excessiva do carácter imperativo do Plano, o bloqueio à dinâmica própria das organizações populares de base (como é o caso flagrante em relação às comissões de moradores), o recuo na matéria do julgamento dos responsáveis da PIDE/DGS, etc. Fomos vencidos nesses pontos e ficámos muitas vezes sozinhos na defesa dos interesses das massas populares. A nossa luta não foi vã, contudo. O apoio que recebemos e a unidade que em muitos outros pontos conseguimos estabelecer com outros partidos foram decisivos para fazer da Constituição aquilo que ela tem de positivo.
Por mais equívocas que sejam algumas das formulações da Constituição, ela é no fundamental incompatível com os interesses reaccionários do grande capital e da direita. A Constituição não é favorável à direita, a Constituição não é favorável à reacção. A direita, a reacção, sabem-no bem e já disso deram provas públicas. Conhecendo nós, no entanto, a sua actividade de constante mistificação ideológica e política, não será de surpreender que aqueles mesmos que ainda ontem denunciavam o carácter "dogmático, marxista" e "totalitário" da Constituição venham hoje a reivindicá-la para os seus interesses partidários e identificá-la com o seu programa, no exacto momento em que desde já mistificam o seu conteúdo.»

Intervenção de Vital Moreira na Assembleia da República, acerca do texto constitucional, 3 de Abril de 1976.
Como vão longe os tempos do Comunismo...

Vital Moreira: Um justo prémio








O ex-comunista Vital Moreira acaba de ser o escolhido para cabeça de lista do PS ao Parlamento Europeu.
Não podia haver prémio mais justo. No seu blogue «Causa Nossa» e nas suas diversas intervenções públicas, o constitucionalista tem sido de uma amabilidade ímpar para o Governo e para o primeiro-ministro José Sócrates. Para ele, tudo o que o primeiro-ministro faz, faz bem, e quem o criticar leva.
Diz agora que foi uma surpresa o convite. É de rir. Depois de tudo o que tem escrito e dito, será que o inenarrável Vital esperava outra coisa?
Qme ficou mal foi o inefável Freitas do Amaral. Depois de andar a defender tão afincadamente o primeiro-ministro, agora fazem-lhe esta desfeita?

A mãe do primeiro-ministro. Uma santa!

A mãe do primeiro-ministro é uma santa. Consegue fazer milagres. Nunca trabalhou, mas tem direito a uma pensão mensal superior a 3000 euros, paga pelo Instituto de Gestão Financeira da Segurança Social.
Já a minha sogra, trabalhou quarenta anos numa fábrica e fez sempre os respectivos descontos. Por ter ficado desempregada aos 55 anos e ter entrado na pré-reforma, trouxe para casa uma reforma de pouco mais de 250 euros. Teve azar, não é mãe do primeiro-ministro.
Sou caceteiro, pois sou. Mas estas injustiças irritam-me, o que é que hei-de fazer?

Haja gente com coragem neste pântano em que se transformou Portugal!

















quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Slumdog Millionaire


Gostei do «Slumdog Millionaire». É um filmezinho, embora não tão leve como parece à primeira vista, com uma estoriazinha rebuscada, mas gostei. A companhia ajudou e o cinema também - um daqueles cinemas onde não temos de levar com intervalos, putos irritantes e o massacrante barulho das pipocas.
Quanto ao filme, penso que a India será mais ou menos aquilo. Não só, mas sobretudo. Por isso é que os indianos o criticaram tanto.
Sempre gostei de Danny Boyle. «Trainspotting» foi um dos filmes que mais me marcou e «The Beach» não deixa de ser interessante. No «Slumdog Millionaire», só era escusado um final tão feliz.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

A propósito de Eluana


Soube do caso pelo blogue «5 Dias».
Para quem, como eu, tem uma filha pequenina, a notícia é emocionante. Tragicamente emocionante. E para quem, como eu, se coloca na posição daquele corajoso pai, só apetece mandar o Vaticano para o caralho. Assim mesmo. Com todas as letras. E por aqui me fico porque os leitores merecem respeito.
Quem é o Vaticano para chamar assassino seja a quem for?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

E agora, ciganito?


O nosso ciganito deixou-nos num dilema. Acredito que falo em nome de muitos portistas.
Quando o José Mourinho estava no Chelsea, os portistas gostavam do Chelsea e queriam que o Chelsea ganhasse sempre.
Quando saiu, os portistas deixaram de gostar do Chelsea e passaram a querer que perdesse sempre.
Quando entrou o sr. Scolari, os portistas passaram a detestar o Chelsea e a desejar ardentemente que a equipa fosse trucidada, jugulada em todos os jogos que disputasse. Que descesse à II Divisão inglesa e que o treinador fosse despedido o mais rapidamente possível.
E agora o ciganito vai para o Chelsea. Com esta é que não contávamos! Já não bastava estar lá o Deco e outros ex-jogadores do Porto. Mas o nosso ciganito! Que futuro vamos agora desejar para o Chelsea?
Pronto, pronto, não se amofinem. Estou certo de que falo em nome de muitos portistas, mas como não tenho mandato, falo apenas por mim.