sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

O sorriso de um bebé

A morte é mesmo uma merda, como dizia no «post» anterior. Mas é a lei da vida. É a lei natural. Vão morrendo os mais velhos, vão crescendo os pequeninos.
E o sorriso de um bebé, quando regressamos a casa no final da semana, compensa todas as tristezas e todos os problemas. O sorriso de um bebé que já nos conhece, que sabe quem somos e que, um dia, correrá para nós e gritará: Papá!
Olá, bebé!

quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

A morte é uma merda!

A morte é uma merda. E, no entanto, é o que temos de mais certo. Todos vão morrer um dia. Nós e os outros.
Desde o momento em que temos alguma consciência, vamos, inconscientemente ou não, pensando cada vez mais naquele dia. No dia em que nós, e antes disso os nosso entes queridos, irão desaparecer.
Só que, quando nos parece que esse momento se está a aproximar, não queremos acreditar. É como se nunca tivessemos pensado nisso antes. E sofremos como se tivesse acontecido algo de completamente imprevisto. E começamos desde logo a ter saudades. E choramos por não termos estado mais tempo juntos. Choramos muito.
Que se foda a morte.

sábado, 24 de janeiro de 2009

Novas da neve




No distrito de Viseu, é assim: neva muitas vezes. E quando se vai ou se vem de lá, para a nossa casa de fim-de-semana, as viagens tornam-se muito... diferentes.
Ter o privilégio de ver neve constantemnte não é para qualquer um.
Ai, ai, os professores, esses privilegiados...

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009


Lista de 15 suspeitos da Polícia Judiciária (Departamento de Investigação Criminal de Setúbal), publicada no jornal «O Independente» de 18 de Fevereiro de 2005 (o sublinhado é do próprio jornal) a propósito do caso Freeport de Alcochete.

As lições de civismo do Contra (I)


QUEM ESTACIONA EM CIMA DO PASSEIO É UMA BESTA!

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

O João Silas é fixe!

Num destes dias, conheci o João Silas. Não em pessoa, não ao telefone, mas, como vai sendo cada vez mais comum neste mundo, na blogosfera.
E vi que o João Silas é um puto porreiro. Aluno de uma escola secundária, tem ideias estruturadas e sabe o que quer - coisa que vai sendo rara, infelizmente, entre os alunos portugueses.
O facto de ter um blogue, só por si, já diz algo acerca dele. A visitar.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

«Jugulai» a senhora ministra!*


Sei que muitos professores nos lêem. Ainda não temos os leitores do «Umbigo», mas lá chegaremos.
É para eles este texto.
Com todo o respeito, chegou a hora de «decapitar» a senhora ministra. «Jugulai-a» de vez! É agora ou nunca. Mesmo que hoje em dia já não seja ministra de nada, que simbolicamente tenha morrido há muito, a carcaça do simbólico cadáver, com o devido respeito, continua por aí. Envergonhada. Escondida. Inexistente. Fantasmagórica. Mas continua por aí.
É preciso, pois, dar a estocada final.
Chega de humilhações públicas. Chega de maus-tratos constantes. Chega de todo um programa que só visou partir a espinha da classe docente.
Não partiu, reforçou-a. Conseguindo transformar pequenas reuniões de professores em mega-manifestações de 25 mil pessoas. De 100 mil. De 120 mil. Conseguindo adesões de 90% a greves habitualmente pouco concorridas. Conseguindo unir uma classe tradicionalmente pouco activa.
Afinal, o que é que está em questão? Sinceramente, já não interessa. Foram anos a ouvir que «quando se dá uma bolacha a um rato, ele a seguir quer um copo de leite!» (Jorge Pedreira, Auditório da Estalagem do Sado, 16/11/2008); que «vocês [deputados do PS] estão a dar ouvidos a esses professorzecos» (Valter Lemos, Assembleia da República, 24/01/2008); que «caso haja grande número de professores a abandonar o ensino, sempre se poderiam recrutar novos no Brasil» (Jorge Pedreira, Novembro/2008); que “admito que perdi os professores, mas ganhei a opinião pública” (Maria de Lurdes Rodrigues, Junho/2006); que
«[os professores são] arruaceiros, covardes, são como o esparguete (depois de esticados, partem), só são valentes quando estão em grupo!» (Margarida Moreira - DREN, Viana do Castelo, 28/11/2008).
No que me diz respeito, estou completamente à vontade. Na blogosfera em geral, no meu blogue e no «5 Dias», já disse o que tinha a dizer sobre a senhora ministra, já fiz as críticas e já propus as alternativas. Percebo mais destas coisas do que a senhora ministra, que, à excepção dos anos em que fez o Curso do Magistério para poder ser professora primária com o 9.º ano, nunca entrou numa sala de aulas. Nunca teve trinta miúdos problemáticos à sua frente. Nunca se viu entregue à sua própria sorte. Nunca foi insultada olhos nos olhos.
A senhora ministra não aguentava uma semana.
Por isso é que digo que, chegados a este ponto, nada interessa. Mil propostas pode a senhora ministra fazer e mil propostas os professores recusarão. Pode a senhora ministra cobrir-se de ouro que os professores irão ver não mais do que latão.
É a guerra. A guerra total. E, por mais que digam, não há maneira de salvar a face das duas partes. Não há. Ou os professores ou a senhora ministra.
Quanto aos professores, nada têm a perder. Após uma campanha de intoxicação da opinião pública de quatro longos anos, os portugueses continuam a confiar muito mais nos professores (42%) do que nos políticos (7%). E os alunos confiam nos seus professores. É o que interessa. Podem ameaçar com processos disciplinares e com tudo o que quiserem - todos sabem que a lei nada prevê para quem não entregar os objectivos individuais.
Mas se os professores não têm nada a perder, já os senhores da governação estão aflitos. Há eleições daqui a cinco meses e aquela gente, que nunca fez mais nada na vida, não sabe viver sem o poder. Adoece. Definha. Morre.
O exemplo vem de cima e a melhor escola pública do país, a Infanta D. Maria, de Coimbra, voltou a reunir e voltou a decidir que o processo de avaliação vai continuar suspenso. As 458 escolas e agrupamentos que já tinham decidido a suspensão da avaliação irão certamente reafirmar a sua posição. Irão certamente manter a suspensão.
E no Sábado, na reunião dos Presidentes dos Conselhos Executivos, estou em crer que vai sair uma nova posição de força. De muita força. A demissão em bloco se necessário for. E os professores, acredito, sairão em socorro dos seus Presidentes.
Chegou a altura de acabar com isto de uma vez por todas. Antes que os alunos saiam prejudicados. Antes que isto se torne completamente ingovernável.
Os próximos dez dias serão decisivos. Os professores vencerão se não se amedrontarem. Se continuarem unidos. «Há momentos em que a única solução é desobedecer», disse em Abril de 74 aquele que nunca quis cargos. Nem poder. Nem dinheiro. E que pagou por isso. Sigam o seu exemplo.

* Texto publicado originalmente em www.5dias.net

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

Manifesto contra os TPC's


Regressei na segunda-feira ao trabalho, após uma saborosa licença de paternidade de quase três meses.
E como no ano passado estive nas «Novas Oportunidades» e, aí, o trabalho é totalmente diferente (sobretudo de acompanhamento dos aprendentes - pois, é assim que os alunos são chamados), já não me lembrava do verdadeiro disparate em que está transformado hoje o ensino básico.
Tenho, entre várias turmas do Secundário e de Cursos Profissionais, três turmas do 8.º Ano. Quando olhei para o horário deles, fiquei espantado. Têm mais de 35 horas de aulas por semana. 35!!! Trabalham mais do que a maior parte das pessoas, porque depois, fora da escola, ainda têm de fazer os trabalhos para casa e de estudar no dia-a-dia e, sobretudo, na véspera dos testes.
A panóplia de disciplinas, por sua vez, é quase interminável: Português, Inglês, Francês ou Espanhol, História, Geografia, Matemática, Ciências Naturais, Físico-Química, Educação Tecnológica, Artes Plásticas, Educação Visual, Educação Física, Estudo Acompanhado, Área de Projecto, Educação para a Cidadania e Educação Moral e Religiosa Católica (ufa!). 16 disciplinas, 16 professores.
São miúdos com 13 anos, porra! Estão na idade de viver um pouco que seja, não de estarem enfiados dentro de uma sala de aula quase oito horas por dia. Para socializar, têm os intervalos e a hora de almoço, já que nem com as faltas dos professores podem contar (curvo-me respeitosamente perante essa excelente invenção, no fundo com mais de 10 anos, que foi a das aulas de substituição). Não lhes chega tanta socialização?
Nas escolas de província, como é a minha neste ano, o mais normal é esses alunos terem de se levantar antes das sete da manhã e chegarem a casa quase às oito da noite. É jantar e dormir - pouco mais.
E o que é que eu faço quando apanho uma turma de 28 alunos às 17 horas, uma única vez por semana, sabendo eu que eles já estão dentro de uma sala desde as 8.30 da manhã e que, pelos seus olhos, já passaram inúmeros professores, cada um com as suas matérias, as suas exigências e as suas manias?
Tudo isto para dizer que me recuso a marcar trabalhos para casa, os célebres TPC’s. Aproveito as aulas ao máximo, da maneira que sei, tentando sempre abrir-lhes os olhos para o mundo que os rodeia (para mim, é o mais importante). Que cheguem a casa e que descansem, que brinquem, que vejam televisão. Estão na idade disso! Já bastam os testes para terem de se preocupar.
Os meus alunos, a primeira coisa que me perguntaram foi de onde eu era. A segunda foi se, sendo do Porto, era portista. A terceira foi quando é que iam ser os testes.
Não marco TPC’s e pronto. Assim como assim, no fim do ano o Ministério quase que nos obriga a passar todos os alunos, por isso, se era para ser um indicador do aproveitamento e do esforço do aluno, vai dar ao mesmo.
Tenho pensado muitas vezes no projecto educativo da Escola da Ponte, na Vila das Aves. É único no país. Ali, respeita-se o ritmo de cada aluno. Não há propriamente disciplinas nem aulas, não há testes, o Conselho de Pais/Encarregados de Educação é o órgão de legitimação do Projecto e é ele que tem de resolver os problemas que não são passíveis de ser resolvidos dentro da escola. Voltarei ao assunto.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Da Rússia, com amor


A democracia russa, todos o sabemos, é musculada. Estará mais perto de uma ditadura do que de uma democracia. Que o digam a jornalista Anna Politkovskaya ou o agente Alexandre Litvinenko , mortos a soldo do regime.
Desta vez, a vítmia foi o jornalista Roman Dobrokhotov. O supremo pecado do jornalista foi interromper o Presidente Medvedev quando este falava na televisão durante as comemorações do 15.º aniversário da Constituição. «Redução de quadros», foi a versão oficial para o despedimento.
Desta vez, Medvedev escapou ao ataque com um sapato. Tal tratamento é aplicado, por agora, lá mais para Oriente.

sábado, 3 de janeiro de 2009

Os ex-gestores da Gebalis comem pouco


Não percebo por que razão os ex-gestores da Gebalis estão a ser tão criticados. Diz-se que usaram o cartão de crédito da empresa para almoçar e jantar em restaurantes de luxo por esse mundo fora.
Ora, como toda a gente sabe, nos restaurantes de luxo come-se muito pouco. Aquilo é só para encher a vista. Pratos muito bonitos e quase nada lá dentro. Quanta fome devem ter passado aqueles santos senhores!
Agora a sério: por que razão é que essas pessoas tinham cartão de crédito da empresa? E por que razão é que há empresas privadas, com tantos vereadores e funcionários municipais?
Para que a vergonha não passe impune, eis os seus nomes: Francisco Ribeiro, Mário Peças e Clara Costa. Não têm vergonha?

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

Menor assiduidade

Já terão reparado os meus leitores que, nos últimos dias, a assiduidade na actualização do blogue tem sido menor do que habitualmente.
Para os mais atentos, aqueles que não vieram aqui ter por acaso, a falta de assiduidade tem a ver com o facto de ter sido convidado para escrever noutro blogue, o «5 Dias», o quarto nas audiências no que diz respeito aos blogues de actualidades.
Compreenderão que, por agora, poste menos por aqui. Mas as injustiças, essas, comigo não passarão.
Seja onde for, aí estarei eu na linha da frente. Nesta minha casa ou na outra. Sempre.