terça-feira, 31 de março de 2009

A derrota de Elisa Ferreira


Pode ser que me engane, mas parece-me que Elisa Ferreira já perdeu a corrida à presidência da Câmara Municipal do Porto.
Por três razões: o corte afectivo na ligação que mantinha com a cidade devido a cinco anos de Parlamento Europeu; o verdadeiro «saco de gatos» que é o PS/Porto; e a boa imagem que, apesar de tudo e vá-se lá saber por quê, Rui Rio mantém entre os eleitores portuenses.
Vamos por partes.

Aventar

A partir de hoje vou Aventar...

quarta-feira, 25 de março de 2009

Bacoradas do dia


1 - Indica o nome do quadro acima representado.
Resposta: Chama-se Maria Fiza.
2 - Refere o nome do estilo artístico adoptado em Portugal durante o Renascimento.
Resposta: Foi o Manuel Lino.

domingo, 22 de março de 2009

Para Ana Matos Pires, um aluno morder um professor é apenas uma brincadeirinha. E se for uma avó?

Do «Correio da Manhã» de ontem:

«Uma professora de Geografia da Escola Secundária Fontes Pereira de Melo, no Porto, foi anteontem agredida "à bofetada e dentada" pela avó de um aluno de 15 anos, que frequenta o 10º ano do curso profissional de Turismo. A docente vai apresentar queixa à polícia amanhã.
A agressão à docente, de 53 anos, foi presenciada por vários alunos e aconteceu mesmo à porta da escola, quando a professora foi surpreendida pela encarregada de educação. A vítima preparava-se para sair num um passeio de estudo ao Palácio de Cristal.
"A senhora começou a berrar e de um momento para o outro agrediu a minha colega. Deu-lhe duas bofetadas e uma dentada", disse ao CM Paulo Teixeira Sousa, professor de Matemática naquela escola.
Segundo aquele docente, o aluno do curso profissional mantém com a professora de Geografia uma relação tensa. Num dos episódios mais graves, terá mesmo "insultado e batido a porta à professora".
Posteriormente, o aluno foi levado à sala de indisciplina e foi-lhe imposta uma sanção: a suspensão por três dias. A encarregada de educação foi chamada à escola para discutir a situação disciplinar do jovem . "Não aceitou o que a directora de turma lhe disse e afirmou que lhe estavam a fazer a cabeça contra o neto", disse Paulo Teixeira Sousa.
Segundo o CM apurou, este foi o primeiro episódio de violência contra professores naquela escola, onde só há registo de pequenas escaramuças entre alunos e que acontecem esporadicamente. »

sexta-feira, 20 de março de 2009

Esta rapaziada é tão brincalhona!

Do «Público» de hoje:

«Dois automóveis pertencentes a dois professores foram incendiados esta manhã no parque de estacionamento da Escola EB 2,3 D. Pedro IV, em Mindelo, Vila do Conde. A GNR confirma o incidente, que lhes foi reportado às 11h30. “Como havia suspeitas de nível criminal e eram necessárias perícias de carácter laboratorial o caso foi encaminhado para a Polícia Judiciária (PJ)”, adiantou o porta-voz da GNR, o tenente-coronel Costa Lima.Os carros, um Mercedes CLK e um classe A da mesma marca, foram, segundo um dos docentes afectados que preferiu manter o anonimato, “regados com um combustível e depois ateados com fogo”. Mas, ninguém terá assistido a este momento. “Só nos apercebemos do que estava a acontecer quando começou o fumo e as chamas”, relata o professor, que dá aulas há cerca de 18 anos. O docente não tem ideia de quem lhe possa ter incendiado o carro, mas assume ter alunos problemáticos e já ter sido vítima de ameaças físicas. “Nada que pensasse que viesse a resultar nisto”, confessa. O carro da outra docente não estava ao pé do seu, garantindo o professor que havia outras viaturas de gama mais alta que não sofreram quaisquer danos. O professor admite que este possa ter sido um acto de vingança, relacionado com a sua única actividade profissional, a docência. O PÚBLICO não consegui falar com a outra professora que, contudo, não partilhava nenhuma turma com o colega. A Escola EB 2,3 D. Pedro IV, em Mindelo, não quis comentar o caso. Contactada pelo PÚBLICO, a Direcção-Regional de Educação do Norte também não esteve disponível para falar. Uma Brigada da PJ está neste momento no estabelecimento de ensino a fazer inquirições, não excluindo qualquer hipótese neste momento. No entanto, um responsável da instituição não deixa de apontar que não é comum em alunos destes (que frequentam no máximo o 9º ano) actos desta gravidade.»

quinta-feira, 19 de março de 2009

O meu Pai

Sei que faz parte da lei da vida um pai morrer antes de um filho. E nem quero imaginar como será um filho morrer antes de um pai. Não quero sequer pensar nisso.
Deve ser por estar toda a semana longe da família, mas ando muito sensível. E hoje, Dia do Pai, já chorei duas vezes: primeiro, ao ler o «post» que a minha mulher me dedicou no blogue da nossa pequenina; a seguir, ao ler o «post» do Jaime Roriz no Parentalidades.
Mesmo sabendo qual é a lei da vida, a dor é a mesma. Felizmente, ainda tenho pai. E este «post» é para ele.
Obrigado por tudo, pai.

Mais uma pueril brincadeirinha de infância

Apesar de ser notícia que já tem alguns dias, vale sempre a pena ler:
«Uma professora foi violentamente agredida com socos e pontapés, ontem de manhã, por uma aluna de 13 anos, na escola EB 2,3 Aires Barbosa, em Esgueira, Aveiro. A professora sofreu ferimentos na face e nas mãos, tendo sido assistida no Hospital de Aveiro, de onde teve alta uma hora depois. A aluna foi suspensa por dez dias.O caso ocorreu às 10h00, quando Áurea Teixeira, professora de Educação Visual e Tecnológica, estava a leccionar a turma do 5º I, constituída apenas por alunos de etnia cigana que têm dificuldades escolares. Os elementos da Escola Segura tomaram conta da ocorrência.Durante a aula, a docente repreendeu a aluna por não ter feito os trabalhos de casa e mandou-a para a sala de estudo. A adolescente recusou e agrediu a professora com vários murros e pontapés. Só a intervenção dos colegas de turma e de alguns funcionários conseguiu acalmar a aluna."Disse-lhe que não queria ir para a sala de estudo, mas ela queria obrigar-me, por isso bati--lhe", contou ao CM a adolescente que reside na Quinta do Simão, uma das zonas mais problemáticas de Aveiro.[...]"(Ana Isabel Fonseca/ Vera Tavares 17 Março 2009 Correio da Manhã)

terça-feira, 17 de março de 2009

Hoje faço anos

Hoje faço anos. 38.
Como sempre neste dia, estou triste. Não sei muito bem por quê, mas penso que serão reminiscências dos meus anos de adolescente. Detesto fazer anos, odeio que me cantem os parabéns e é uma angústia enorme ter de responder aos telefonemas que, inevitavelmente, se vão sucedendo ao longo do dia. Família e amigos não têm culpa das minhas pancas. Felizmente, agora há as mensagens escritas.
Neste ano, no entanto, estou mais triste do que o costume. Desterrado a cem quilómetros de casa, a viver completamente sozinho, desde a partida do meu bom amigo Ben, numa casa enorme, sinto-me mais solitário do que nunca. Pela primeira vez, não estou com aqueles que mais amo, a minha mulher e a minha filhinha, que em 2008 ainda nem sequer era nascida.
Por ser tímido, e de novo por causa da adolescência, dificilmente consigo relacionar-me com pessoas da minha idade. E até seria fácil, porque na minha escola não faltam desterrados. Mas por ser assim, acabo por passar a semana completamente sozinho, sem ter com quem falar a partir das 18 horas. Ironicamente, o blogue que criei para os meus alunos, com o objectivo de servir de complemento às aulas, acaba por servir de escapa a tamanha solidão, através dos comentários que os alunos vão fazendo e aos quais eu respondo.
É engraçado. Na vida real, costumo rezar para que as pessoas não se lembrem do meu aniversário. E hoje, acabo por anunciá-lo ao mundo através deste «post». Se calhar porque sei que ninguém o vai ler.

domingo, 15 de março de 2009

O escaganifobético

Ao ler o «post»do Paulo Pinto do Jugular, acerca do Puto Charila, veio-me à memória uma série de memórias da minha infância. Há anos que não ouvia falar do Puto Charila e as semelhanças são tantas que quase diria que o Paulo Pinto estava a falar da mesma pessoa que eu conheci muito bem.
E se calhar não, porque eu estudei numa enorme escola primária do Porto, não na província. E apesar das parecenças, as recordações que me ficaram do Puto Charila são essencialmente diferentes das do Paulo Pinto. Quando me lembro do Puto Charila, lembro-me de alguém que mudou decisivamente o rumo daquela escola. Lembro-me de alguém muito especial, que só por despeito era criticado por alguns.
Valha a verdade que era um miúdo diferente dos outros. Mesmo sendo recém-chegado, não tinha qualquer problema em assumir-se, em criticar tudo o que estava mal, em apontar o dedo, mesmo aos mais poderosos. De falta de coragem, ninguém podia acusá-lo. Essa sua personalidade levou-o a criar conflitos e inimizades. Mas ao mesmo tempo, criou uma aura de mistério e de curiosidade à sua volta.
Os aplausos chegavam de todas as turmas, mas, por vezes, o pequeno génio era alvo da incompreensão dentro da sua própria turma. Muitos dos colegas não percebiam o seu posicionamento, a forma como muitas vezes defendia toda a turma e se colocava à frente do pelotão. O seu amor à camisola da turma.
Na verdade, só um é que não gostava mesmo dele. Era o Delegado de Turma. Quase nunca falava, nunca se assumia, mas entretinha-se na sombra a fazer intrigas. Alguns admiravam-lhe a sapiência, mas essa admiração partia mais de «ouvir dizer», porque o certo é que ele raramente produzia o que quer que seja que pudesse ser elogiado. A bem dizer, ele raramente dava o seu contributo à turma. Para cúmulo, esse Delegado de Turma passava informações internas às turmas rivais, aproveitando para contar em pormenores cenas passadas com o Puto Charila dentro da turma.
Todos os outros colegas gostavam do Puto Charila, mesmo que por vezes não concordassem com ele. Era o caso de um dos veteranos, que até já tinha dirigido o Jornal da Escola mas que fora demitido sem se perceber muito bem por quê. E era o caso de um outro colega que, quando se sentia atingido, desatava a maltratar quem o tinha atacado. Chegava a ser rude e a insultar forte e feio, mas o Puto Charila gostava muito dele.
Com efeito, só o Delegado não o suportava. E não o suportava porque o Puto Charila era simplesmente o melhor da turma. Algo preguiçoso, por vezes desiquilibrado na forma como realizava os seus deveres, mas excelente em tudo o que fazia. Um pequeno génio. E por não estar disposto a aceitar que pusessem em causa o seu lugar no seio da turma, o Delegado conseguiu pô-lo fora. Ou melhor, fê-lo sentir-se tão mal que ele acabou por sair.
Nos tempos que se seguiram, o Puto Charila ainda foi rondando a sua antiga turma. Não porque quisesse voltar - com aquele Delegado de Turma, nunca! - mas porque ainda gostava realmente dos seus colegas. Do antigo Director do Jornal da Escola; do colega que insultava os outros; de um outro que era muito sensível, uma verdadeira florzinha cheia de amor para dar; de um branquinho que denotava aqui e ali uma certa insegurança, mas que era uma jóia de pessoa; de um outro que era «barra» nos computadores, mesmo que na altura ainda não existisse internet; e de todos os outros.
Gostava muito daquela gente, mas certo dia, chegou à conclusão de que era necessário partir. E partiu. Foi pregar para outra freguesia e, por ali, ninguém mais ouviu falar do Puto Charila. Altos voos o esperavam!
Bem, as memórias são como as cerejas. Umas trazem as outras. De repente, lembrei-me de um rapaz algo estranho que pertencia a uma turma rival da do Puto Charila. Era conhecido pelo nome de Escaganifobético. Nunca soube se esta palavra existe mesmo e se, existindo, se escreve mesmo assim.
A turma a que ele pertencia era realmente má, uma das piores. Seriam umas 50 ou 60 turmas naquela escola e, num engraçado Turmómetro que a Associação de Estudantes organizava semanalmente, a turma do Escaganifobético nunca conseguia entrar no Top-25. Já a turma do Puto Charila, ao invés, estava sempre nos primeiros 15 lugares, embora, com a saída do Puto, a queda no Top se tenha tornado inevitável.
Para dizer a verdade, nem sei por que razão me lembrei do Escaganifobético - alguns colegas diziam Escanifobético. O puto era realmente uma nulidade. Não valia um chavo e só estava naquela escola porque era sempre um fiel seguidor da Delegada de Turma, uma rapariga com muito jeito para escrever e para controlar todos os que a rodeavam. Aquele charme que algumas mulheres conseguem ter, mesmo em piquenas! Pior do que o Escaganifobético, só mesmo um outro colega da turma, a que chamavam o Palonço e que, tal como aquele, fazia o que a chefe mandasse. Desde que lhe pingasse em cima...
O Escaganifobético era o autêntico cão de fila. Fazia o que o mandavam. Geralmente coisas desinteressantes, mas, que Diabo, para alguma coisa havia de servir! Era uma espécie de paquete, o moço dos recados que, no final da tarefa, recebia umas festinhas na nuca. Feliz por ter agradado à Delegada de Turma, abanava o rabo furiosamente. E deitava-se feliz, sonhando com o dia seguinte, em que, mais uma vez, iria ser útil à sua dona.
Soube mais tarde que o Escaganifobético caíu em desgraça junto da Delegada de Turma e que, fruto do seu carácter fraco e traiçoeiro, não conseguiu que mais ninguém o acolhesse. Desapareceu rapidamente e nunca mais ninguém ouviu falar dele. Rastejante, aprendeu a aperfeiçoar o faro e a procurar outro dono que o fizesse sentir-se amado.
O cérebro humano é uma caixinha de supresas. Há mais de vinte anos que não me lembrava do Puto Charila e do Escaganifobético. O «post» do Paulo Pinto relembrou-me essas personagens. Só tenho de lhe agradecer.

sexta-feira, 13 de março de 2009

200 mil em Lisboa



Há dois meses, apelei no «5 Dias» à participação de todos os trabalhadores portugueses na grande manifestação nacional que iria decorrer hoje em Lisboa.
Terão sido mais de 200 mil, segundo os dirigentes da CGTP. Não pude ir, porque as vésperas dos testes e da avaliação do 2.º período não permitiram que eu faltasse. Mas estive de alma e coração com todos aqueles milhares que marcharam na capital em luta pelos seus direitos. Operários, trabalhadores da construção civil, indiferenciados, enfermeiros, professores, enfim - uma mole imensa de gente que já chegou à conclusão, apesar de muita dela ter votado PS em 2005, que esta política de Direita não é a solução para resolver as Quimondas deste país.
Manifestações deste calibre não matam. Não matam, mas moem, disso podem ter a certeza.

O que será que viu nele?









Fotos fictícias

http://aeiou.expresso.pt/menor_viola_homem_de_50_anos=f502626

quinta-feira, 12 de março de 2009

«Hoje fiz um amigo e coisa mais preciosa no mundo não há»

Passei bons momentos naquela casa enorme. Olhar agora para ela, vazia, triste, escura, dá-me vontade de chorar. Custa-me a respirar, tenho de abrir bem a boca e aspirar todo o ar que puder.
Infelizmente, percebi demasiado tarde que tinha feito um amigo.

Vieira da Silva, um Ministro de Esquerda







Do «Diário de Notícias» de anteontem:

«Portugal é o país europeu com maiores incentivos para quem decidir, no futuro, trabalhar mais dois anos. Mas o prémio não compensa a quebra nas pensões. Quem se reformar em 2046, vai receber 71% do último salário líquido, em vez de 91%. É o terceiro maior corte na União Europeia.»

Pois, pois, e Vieira da Silva é o Ministro mais de Esquerda deste Governo...

quarta-feira, 11 de março de 2009

Concurso Nacional de Professores

Aquando do início do consulado da Ministra Maria de Jesus Rodrigues, veio a notícia do concurso de professores por três anos. Terá sido, mas só para alguns. Pois eu, que sou Quadro de Zona de Pedagógica, estive em quatro escolas nesses tais três anos. Só porque a DGRHE proibia a recondução de professores com horário incompleto. Claro que, depois, o mesmíssimo horário era entreguue a um desses professores em espera. E começava uma tão ridícula quanto desnecessária troca de cadeiras.
(Exemplo elucidativo: eu e a minha colega Dália, ambos dos arredores do Porto. Primeiro ano: eu em Tarouca, ela em Cinfães; segundo ano: eu em Souselo, ela em Tarouca; terceiro ano: eu em Cinfães, ela em Souselo!)
Há uns meses, Maria do Céu Rodrigues anunciou que os Quadros de Zona Pedagógica iam ser extintos e que esses professores iriam passar para os Quadros de Agrupamento. Anunciou também que o próximo concurso seria por quatro anos.
Com grande estardalhaço, vieram então os governantes dizer que nunca se tinham aberto tantas vagas para professores como se iriam abrir neste ano e que para os contratados é que ia ser.
Hoje, sabe-se que vão abrir cerca de 20 mil vagas e que, dessas, 2 mil são para contratados. Atendendo a que há 30 mil professores dos Quadros de Zona Pedagógica, isso significa o quê? Bem, 30 mil menos 20 mil, mais 2 mil, 18 mil... é fazer as contas!
Já estou a perceber a história. Mais uma vez, essa da colocação por quatro anos vai ser uma grande treta, pelo menos para mim. Continuarei mais quatro anos com a vida adiada, sem saber como vai ser no ano seguinte. Porque isto de passar a semana inteira longe de casa é uma merda e começa a ser insuportável. Não estou para isto muito mais tempo. Masse calhar vou ter de estar, não é?
Para o futuro, Maria da Glória Rodrigues anuncia já o fim dos concursos e a colocação directa por parte das escolas. É, diz ela, uma forma de lhes dar autonomia.
Autonomia? Quase que me ria...

O saneamento de Vasco M. Barreto

Ao que parece, o blogger Vasco M. Barreto foi saneado do blogue Jugular. O nome dele desapareceu mesmo da lista de autores da servil publicação blogosférica.
Não se esperaria outra coisa. A 19 de Janeiro, atreveu-se a criticar directamente Fernanda Câncio e Miguel Vale de Almeida pelo contentamento destes em relação ao novo discurso de Sócrates sobre o casamento de homossexuais. Escreveu então: «Perdoem-me o paternalismo, mas sendo o Miguel e a Fernanda vozes importantes e experientes nesta luta, não percebo como podem ser ingénuos e mostrar agora tanto entusiasmo público. (...) Eu até percebo a psicologia desta reacção: sendo a fé de ambos nos políticos e nos socialistas tão diminuta, sentiram hoje um tremendo alívio. Sucede que teria sido mais avisado fazerem uma celebração menos pública. Porque, embora eu saiba que não se trata disso, o seu comportamento parece algo submisso. Mais orgulho, sff.» «As coisas que sabes de pura ciência, Vasco.», foi a resposta seca de Fernanda Câncio, devidamente secundada por Maria João Pires.
A partir daqui, o seu destino estava traçado.
Em 28 de Janeiro, atreveu-se a criticar a palhaçada em torno do relatório da OCDE que, afinal, não era da OCDE. «Estamos perante um case study de propaganda do Governo», alvitrou. «Seria conveniente, Vasco, não festejares tanto as confusões que fazes», respondeu Fernanda Câncio na caixa de comentários do «post». «Tens o direito de fazer o que bem entenderes, não desconverses nem te vitimizes.», foi a corajosa resposta do autor.
Na sua análise ao «Prós e Prós» da RTP sobre o casamento de homossexuais, a 17 de Fevereiro, acusou Fernanda Câncio de ter desvalorizado a questão da adopção de crianças por casais homossexuais. E voltou a criticar a posição do PS.
Parece ter sido o último «post» de Vasco M. Barreto no Jugular. Quis saber se ele tinha sido saneado, perguntei directamente ao blogue, mas não obtive resposta. Parece que sim, que foi.

Bacoradas do dia

«A palavra de Deus será anunciada e explicada com mais frequência e maior clareza. Os bispos permanecerão nos seus rebanhos e velarão por ele.» (Bispo Jerónimo Ragazzoni, na última sessão do Concílio de Trento)

« - Ó setor, o que é um Trento?»

« - Ó setor, por que é que eles tinham de ficar no meio dos rebanhos?»

terça-feira, 10 de março de 2009

Os novos pobres do BCP

Não resisto a transcrever mais uma das fantásticas crónicas de Manuel António Pina no «Jornal de Notícias». O único local desse pasquim em que, por estes dias, se consegue respirar com alguma liberdade.

«A crise quando chega toca a todos, e eu já não sei se hei-de ter pena dos milhares de homens e mulheres que, por esse país, fora, todos os dias ficam sem emprego se dos infelizes gestores do BCP que, por iniciativa de alguns accionistas, poderão vir a ter o seu ganha-pão drasticamente reduzido em 50%, ou mesmo a ver extintos os por assim dizer postos de trabalho.
A triste notícia vem no DN: o presidente do Conselho Geral e de Supervisão daquele banco arrisca-se a deixar de cobrar 90 000 euros por cada reunião a que se digna estar presente e passar a receber só 45 000; por sua vez, o vice-presidente, que ganha 290 000 anuais, poderá ter que contentar-se com 145 000; e os nove vogais verão o seu salário de miséria (150 000 euros, fora as alcavalas) reduzido a 25% do do presidente. Ou seja, o BCP prepara-se para gerar 11 novos pobres, atirando ainda para o desemprego com um número indeterminado de membros do seu distinto Conselho Superior. Aconselha a prudência que o Banco Alimentar contra a Fome comece a reforçar os "stocks" de caviar e Veuve Clicquot, pois esta gente está habituada a comer bem.»

Concordando com José Lello e com o «JN» (!!!!!!)

Deve ser das alterações climáticas, mas hoje tenho de concordar com o inenarrável José Lello e com o pasquim abjecto em que o «Jornal de Notícias», servil defensor do Governo, se tornou.
Com efeito, tornou-se insustentável a posição de Manuel Alegre no PS. Ele tem de se decidir. Claro que ninguém é obrigado a seguir a disciplina partidária como um carneiro (e carneiros é coisa que não falta na Bancada Parlamentar do PS). Mas há limites: se não concorda com nada e é contra tudo, então deve sair.
Basta de tacticismos políticos. Manuel Alegre julga-se credível a perorar contra os Partidos políticos e a actuar desta forma? Então, o que continua a fazer no PS? Por que não sai?
Se é a candidatura presidencial que o atormenta, esqueça. Cavaco vai ganhar à primeira volta, como continuará a ganhar qualquer Presidente sofrível, num segundo mandato, com este tipo de regime em que o Presidente manda tanto como a Rainha de Inglaterra.
Depois, é tarde para fazer render o tal milhão de votos. O meu voto é que nem vê-lo. Foi na altura para o Garcia Pereira (0,4%) e agora voltaria a sê-lo.

segunda-feira, 9 de março de 2009

Os adeptos do FC do Porto não pagam a SportTV?

Curioso. O palerma do jornalista que assegura a transmissão, na SportTV, do Setúbal - Nacional da Madeira, só se lembra do antigo árbitro José Pratas por ter fugido aos jogadores do FC do Porto num célebre jogo com o Benfica.
É curioso como a memória de uma pessoa consegue ser selectiva...

A saída do «5 Dias»

Na sexta-feira, abandonei o blogue colectivo «5 Dias», por razões que não vêm aogra para o caso. Adorei a experiência e só lhes desejo a maior sorte do mundo. Que continuem a massacrar, nas audiências, o servil Jugular!
Parece-me que agora vou ter mais tempo para postar por aqui. Apesar da escola e, claro, das minhas actividades paralelas ao ensino.
A propósito, aqui fica a despedida que fiz para o «5 Dias».

Este é o meu «post» de despedida.
A vida tem destas coisas. Ainda ontem ou anteontem, dizia ao Paulo Pinto do Jugular, na caixa de comentários de um «post» do Nuno Ramos de Almeida, que vestira a camisola do «5 Dias», que um blogue colectivo era uma espécie de família e que não previa para breve a minha saída destas bandas.
Afinal, parece que perdi uma boa oportunidade de estar calado. Mordi a língua. Os planos que tinha sairam ao contrário e acabo por sair, hoje, claramente derrotado. Vencido. Quem te manda a ti, carpinteiro, tocar rabecão, ou lá o que é.
Por que saio? Fiquemo-nos pelos «motivos pessoais», que é o que se diz nestas alturas, não é?
Gostei muito desta curta experiência no «5 Dias». Ainda me lembro perfeitamente quando recebi um mail do Luís Rainha a convidar-me, em pleno Jantar de Natal da minha escola. Eu, um simples comentador que nunca tinha pensado chegar a autor de um blogue. Eu, um «slumdog».
Ao longo de pouco mais de dois meses, escrevi dezenas de «posts» e recebi centenas de comentários. Uns agradáveis, outros menos, mas todos importantes. De todos os comentadores, tenho de dirigir uma palavra especial ao Luís Moreira e à De Puta Madre. De todos os «posts», arrependo-me apenas de um, aquele em que me meti de forma estúpida com a Fernanda Câncio a propósito dos despedimentos na Controlinveste. Não fiz por mal, mas foi mau.
Quanto aos outros, orgulho-me de todos. Nos «Momentos de Lucidez» de Mário Soares, disse as verdades que ninguém parece ter coragem de dizer neste pântano em que se transformou Portugal; de Sócrates, disse também tudo o que tinha a dizer; do Freeport, tentei esclarecer o que se passou em dois textos que me deram muito trabalho; com Rui Curado Silva, brinquei, mas parece que só o próprio não levou a mal; hoje mesmo, voltei a brincar com os IP’s e os comentadores, mas parece que também ninguém percebeu.
Aqui chegados, faltam os agradecimentos. Ao Luís Rainha e ao Nuno Ramos de Almeida, por me terem convidado para esta experiência inesquecível que foi o «5 Dias». Já lá está no meu currículo - autor do «5 Dias» em 2008 e 2009. Para um «slumdog», nada mau, ah? Quanto aos outros, um abraço muitíssimo especial aos excelentes Carlos Vidal e Tiago Mota Saraiva, para mim os melhores deste blogue, apesar de alguns exageros (para chocar) do Carlos; um abraço ao Pedro Ferreira, com quem troquei interessantes experiências, e ao João Branco, que tenho pena de não ter conhecido melhor; um beijo de muita amizade ao Paulo Jorge - havemos de nos conhecer, puto!; cumprimentos ao Zé Nuno, sempre pronto a resolver os meus problemas técnicos, e a todos os outros.
Despeço-me da forma que se despediu, emocionado, o jornalista do último telejornal da saudosa NTV: a gente vê-se por aí.

Ricardo Nuno Santos Ferreira Pinto

segunda-feira, 2 de março de 2009

O Ministro SS

O Ministro SS é um trauliteiro. Mais trauliteiro, de resto, do que todos os outros Ministros juntos, à excepção do Primeiro-Ministro.
A sua postura de malhar em todos aqueles que atrevem a fazer oposição ao Governo começa a dar resultados. Então não é que o senhor era o 95.º nome na lista da Comissão Nacional do PS e, num repente, passa para o 10.º lugar?
O homem está imparável. Mais uns malhanços a torto e a direito e o Ministro SS brevemente passará a ser o n.º 2 de José Sócrates. Ou o n.º 4, tanto faz. Dali à Mota-Engil, afinal, basta um pequeno passo. E quem se mete com o Governo leva!
É que todos sabem que a liberdade se deve ao Mário Soares, não é ao Álvaro Cunhal ou ao Mário Nogueira.

domingo, 1 de março de 2009

Não vão em cantigas, rapazes e raparigas!









Carlos Alberto Vidal e Vital Moreira.
Não confundam. Não vão em cantigas, rapazes e raparigas!