quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Remodelação do Governo Socratino


Retirado de joaotilly.weblog.com.pt/arquivo/2008_01.html

Se os Sindicatos dos Professores não andassem a dormir, não teria sido só o Ministro da Saúde a sair. E o mesmo direi dos Magistrados e Juizes, dos Agricultores e de tantos outros.
Quanto ao da Saúde, revela bem o homem de convicções fortes que é o nosso Primeiro-Ministro. Nunca deixa cair alguém que esteja sob fogo, mas com as eleições à vista, livrou-se logo do seu maior problema.
É hora de cerrar fileiras.
Quanto a reformas, até 2009 nem vê-as. No próximo ano, baixam os impostos, aumenta o poder de compra e os salários dos funcionários públicos, as políticas arrogantes e agressivas tornam-se gentis e respeitadoras dos direitos dos portugueses.
O mito do Governo socratino, indiferente à contestação popular e aos calendários eleitorais, caiu por terra. O Governo socratino simplesmente acabou.



Publicado por Ricardo Santos Pinto

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Medicamentos unidose

Em «Do Portugal Profundo», António Caldeira, entre uma série de afirmações correctíssimas, menciona o Dr. Medina Carreira como alguém que iria endireitar o país. Seria mais ou menos isso.
Ora, como comentei no próprio blogue, não poderia estar mais em desacordo. Não me parece que a menção ao Dr. Medina Carreira seja uma lembrança feliz. Porque o Dr. Medina Carreira é um inimigo dos direitos sociais que os portugueses conquistaram. Alguém que, no meio da vergonha que é a fuga ao fisco, a economia paralela, os milhões dos Bancos e dos gestores públicos, as escandalosas reformas vitalícias, está muito preocupado com o Rendimento Mínimo. Preocupa-se com os tostões que os pobres recebem, não se preocupa com os milhões que os ricos recebem ou que deixam de pagar.
Como alguém também comentou na sequência desse post, Medina Carreira provavelmente iria continuar a política de encerramento de maternidades, urgências e centros de saúde do actual Ministro. Um ser que devia ser responsabilizado directamente, como escrevi anteriormente, pela recente morte da criança da Anadia. Acaso os pais fossem outros - não se percebe aquela reacção - e se calhar o ministro não teria uma vida longa. Como também já referi, se o filho fosse meu, sei o que faria...
Depois de tudo isto, é incrível quando não há surpresa de qualquer espécie quando esse senhor se recusa a implentar a medida dos medicamentos unidose, que ele próprio decretou há mais de um ano.
Já se sabe que, no Ministério da Saúde, só se poupa na despesa à custa dos utentes, à custa dos contribuintes. Nunca se poderia pedir à Apifarma um sacrifício desses - reduzir os seus lucros para os doentes pagarem menos e para o Estado comparticipar menos? Isso nunca! Onde ficariam os lucros da Apifarma? Onde ficariam os lucros de todos os socratinos que não se cansam de «mamar» na teta estatal?
Fecha-se maternidades, Urgências e centros de saúde. Diminui-se a comparticipação nos medicamentos. Mas investir a sério nos genéricos? Não! Afrontar os interesses instalados? Não! Prejudicar a Apifarma? Não, isso nunca!



Publicado por Ricardo Santos Pinto

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Afinal, o que importa?

O homem de mão do sr. primeiro-ministro, o sr. Armando Vara, passa de simples caixa a Administrador da Caixa Geral de Depósitos e daí à vice-presidência do BCP, certamente por influência do próprio sr. primeiro-ministro. Escândalo?

O novo presidente do BCP, saído directamente da GCD, dirigiu nos anos 80 as obras do Aeroporto de Macau. Aquelas! As do sr. Carlos Melancia, as da corrupção, as da Emaudio, as do fax de Macau. Coincidência?

O sr. Governador do Banco de Portugal, que ganha o dobro do seu congénere norte-americano e é um dos mais bem pagos do Mundo, afinal não sabia de nada. Estava distraído, a não ser para acusar o sr. Miguel Cadilhe e restantes ex-administradores. Pouco importante?

O sr. primeiro-ministro, como é bom de ver, tem estado por trás de todo este cenário. Como disse o corajoso António Barreto, «na sua gula de governante absoluto, que não se limita à política e quer passar à finança, por interposta clique, Sócrates antevê no BCP a sua Emaudio. Terá esse seu projecto pessoal de poder outro destino?...»

Emaudio, alguém se lembra? Do projecto de desvio de dinheiro para apoio à reeleição do sr. Mário Soares como Presidente da República?

Mas afinal, o que importa tudo isto quando um bebé morre às portas de um hospital cujas Urgências acabaram de fechar? Por ordem de um ministro insensível e sem coração a quem só interessam os cortes nas despesas. Por um primeiro-ministro obcecado por si próprio e por um projecto pessoal de ditadura democrática que, como disse António Barreto, já extravasou as fronteiras da própria política. Por um Governo que só tem um objectivo: o défice orçamental.

Apetece perguntar o que aconteceria se o bebé fosse filho do sr. ministro, ou filho do sr. primero-ministro. Apetece chamar assassinos a um conjunto de pessoas que jurou governar em nome do supremo interesse dos cidadãos.

E à mãe da bebé, o que será que apetece fazer? Se o filho fosse meu, sei bem o que apeteceria fazer. Se o filho fosse meu, sei bem o que faria.



Publicado por Ricardo Santos Pinto