sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Afinal, o que importa?

O homem de mão do sr. primeiro-ministro, o sr. Armando Vara, passa de simples caixa a Administrador da Caixa Geral de Depósitos e daí à vice-presidência do BCP, certamente por influência do próprio sr. primeiro-ministro. Escândalo?

O novo presidente do BCP, saído directamente da GCD, dirigiu nos anos 80 as obras do Aeroporto de Macau. Aquelas! As do sr. Carlos Melancia, as da corrupção, as da Emaudio, as do fax de Macau. Coincidência?

O sr. Governador do Banco de Portugal, que ganha o dobro do seu congénere norte-americano e é um dos mais bem pagos do Mundo, afinal não sabia de nada. Estava distraído, a não ser para acusar o sr. Miguel Cadilhe e restantes ex-administradores. Pouco importante?

O sr. primeiro-ministro, como é bom de ver, tem estado por trás de todo este cenário. Como disse o corajoso António Barreto, «na sua gula de governante absoluto, que não se limita à política e quer passar à finança, por interposta clique, Sócrates antevê no BCP a sua Emaudio. Terá esse seu projecto pessoal de poder outro destino?...»

Emaudio, alguém se lembra? Do projecto de desvio de dinheiro para apoio à reeleição do sr. Mário Soares como Presidente da República?

Mas afinal, o que importa tudo isto quando um bebé morre às portas de um hospital cujas Urgências acabaram de fechar? Por ordem de um ministro insensível e sem coração a quem só interessam os cortes nas despesas. Por um primeiro-ministro obcecado por si próprio e por um projecto pessoal de ditadura democrática que, como disse António Barreto, já extravasou as fronteiras da própria política. Por um Governo que só tem um objectivo: o défice orçamental.

Apetece perguntar o que aconteceria se o bebé fosse filho do sr. ministro, ou filho do sr. primero-ministro. Apetece chamar assassinos a um conjunto de pessoas que jurou governar em nome do supremo interesse dos cidadãos.

E à mãe da bebé, o que será que apetece fazer? Se o filho fosse meu, sei bem o que apeteceria fazer. Se o filho fosse meu, sei bem o que faria.



Publicado por Ricardo Santos Pinto

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